JUSTIFICATIVA:

 

Kumabe Antonio, filho de Chiyoki Kumabe e Kiyome Kumabe, nasceu em Avaré, em 16 de maio de 1938. Mudou-se para Sorocaba com seis anos de idade.

 

Seus pais moraram em varias cidades antes de chegar a Sorocaba, onde decidiram fincar raízes. Estudou na escola Antonio Padilha, e ia a pé todos os dias, do Bairro Vossoroca onde morava até a escola.

 

Quando pequeno, vendia os passarinhos que caçava para ganhar dinheiro, porque na época a situação da família era difícil e seu pai sempre foi um homem com poucas condições.

 

Seu pai Chiyoki cultivava hortaliças, tomates e verduras, e desde adolescente Kumabe ajudava seu pai no cultivo desses alimentos que serviam como sustento da família. Antonio tinha o sonho de comprar um caminhão e trabalhar viajando pelo Brasil.

 

Não demorou muito para seu sonho tornar-se realidade, com suas economias e a troca de um cavalo, Kumabe conseguiu comprar, mais ou menos com 25 anos, seu primeiro caminhão Ford 350. Não era novo, mas serviu para dar inicio às suas viagens pelo Brasil afora e assim conhecer muitas cidades e pessoas.

 

Mesmo sendo um caminhoneiro, nunca deixou suas raízes, participava sempre dos campeonatos de beisebol pelo time de Sorocaba. Seu pai Chiyoki Kumabe teve um papel importante na sociedade japonesa, foi o fundador do Sindicato da Colônia Japonesa, hoje conhecida como a UCENS (União Cultural e Esportiva Nipo-brasileira de Sorocaba) e  tornou-se monge budista.  Kumabe Antonio sempre participava dos eventos comemorativos que havia na UCENS e ajudava quando podia.

 

Em 1968, casou com Yukiko Yamada com quem teve 3 filhos: Emerson, Kátia e Tânia. A partir daí começava sua responsabilidade como marido e pai de família.

 

Com a experiência desde jovem como comerciante de verduras e caminhoneiro, foi representante da CICA nos anos 73; trabalhou para a Cooperativa de Sorocaba, e por muito tempo fez transporte de carga para outras empresas como Prismatic, viajando muito pelo Brasil. Conseguiu assim, sustentar sua família e com muito custo comprar mais um caminhão, o que deu muito orgulho a seu pai.

 

Por muitos anos, sua vida de caminhoneiro foi cercada pelos perigos das estradas, mas também fez várias amizades verdadeiras pelos caminhos. Sempre foi um homem trabalhador, que saía de madrugada para seguir viagem e dar o melhor para sua família.

 

Depois que se aposentou, decidiu vender os caminhões para fazer um pesqueiro em sua propriedade no Vossoroca, coisa que sempre gostou de fazer, pescar. O pesqueiro Kumabe foi um ponto de lazer e de encontro com seus amigos. Ali também fez novas amizades que o deixaram muito feliz com o novo negócio.

 

Sempre gostou de desafios e seu último foi trabalhar no Japão, em 1999. Queria sentir na pele como era trabalhar lá e aproveitar para conhecer seus primos japoneses do sul do país. No Japão, trabalhou na construção civil, passando muito frio na época. Fazendo sol, chuva, nevando, lá estava Kumabe trabalhando, sempre com suas responsabilidades. Sua permanência no país durou um ano, depois retornou ao Brasil.

 

Em 2000, infelizmente, sua esposa faleceu, deixando a família muito triste. Kumabe Antonio retomou o pesqueiro, mas, depois de algum tempo, resolveu arrendá-lo.

 

O pesqueiro ficou arrendado por muitos anos e como não estava mais sob sua responsabilidade, começou a viajar em excursão com a turma da Ucens e com o pessoal do SESC, o que lhe trazia muita alegria.

 

Depois que os filhos voltaram do Japão, eles retomaram o pesqueiro, o que deixou Kumabe muito feliz, passando mais dias lá. Para ele era uma alegria conversar com os clientes e amigos que iam ao pesqueiro e contar suas experiências de vida e histórias da sua longa estrada de caminhoneiro pelo Brasil.

 

Sempre procurou ajudar seus pais, trabalhando com muita honestidade, dando conselhos e motivando o próximo. Kumabe era muito bem quisto pelas pessoas com as quais convivia, alguns o chamavam de japonês baiano. Sempre tiveram nele um homem bom, um bom vizinho. Era conhecido dos taxistas, feirantes, no Ceasa, enfim, por onde andava.

 

A má alimentação da vida de caminhoneiro a fez com que Kumabe desenvolvesse problemas cardíacos e diabetes. Durante o Undokai, gincana japonesa, realizada na Ucens, Kumabe deu um susto em seus amigos quando foi acometido por um infarto. Voltou para casa após ficar sete dias hospitalizado. Sua atenção era redobrada e sua saúde era delicada. Ficou de repouso em casa, com dietas mais rigorosas das que já tinha.

 

Infelizmente, em 15 de junho de 2011 , Kumabe Antonio faleceu em decorrência de outro infarto, quando estava em sua residência, deixando muita tristeza para os familiares e amigos. Foi sepultado no cemitério Saudade. Deixou um exemplo de trabalho e honestidade para os filhos, netos e amigos, que desejam fazer-lhe essa homenagem póstuma.

 

S/S.,  7 de julho de 2011.

 

FRANCISCO MOKO YABIKU

Vereador.